O lipedema é uma doença que tem recebido bastante atenção nos últimos anos e que a gente vem aprendendo muito. A quantidade de artigos e novos conhecimentos que surgem a cada mês é impressionante.
Sabemos que é uma doença quase que exclusiva das mulheres e que se desenvolve em momentos de flutuações hormonais importantes na vida da mulher, como a primeira menstruação, gravidez e menopausa. Portanto, há um entendimento comum, ainda que careça de evidências científicas definitivas, de que os hormônios femininos têm um papel no desenvolvimento e/ou progressão do lipedema, particularmente os estrógenos.
Por isso, usar ou não hormônios é uma preocupação da mulher com lipedema.
Algumas pacientes já relataram que perceberam o lipedema piorar ou até mesmo iniciar após usarem pílulas anticoncepcionais. E diante do que sabemos hoje da doença (e sabemos que a medicina é uma ciência de verdades temporárias), o ideal é evitar o uso de hormônios sempre que for possível ou usar na menor dose possível.
A escolha do método contraceptivo depende de vários fatores além do lipedema. Vale muito a pena conversar com o seu ginecologista sobre as opções ou até fazer com que seus médicos assistentes conversem sobre seu caso para chegarem na melhor opção para você.
A gestação é um outro momento que as pacientes associam muito a piora do lipedema. Eu escuto sempre nas consultas a história de pacientes que ganharam muito peso na gravidez, aumentaram o volume de coxas e pernas e, após o parto, o corpo não retornou ao que era antes da gravidez.
A maioria das mulheres portadoras de lipedema já apresentam a doença quando chegam a menopausa. Mas esse também é um momento muito associado a piora do lipedema e em que devemos ter cuidado. Pois o ganho de peso médio da mulher na menopausa é de 8 a 10kg e o peso está muito associado a progressão do lipedema.
O lipedema é uma doença complexa e de tratamento multidisciplinar. O acompanhamento com diferentes especialidades pode ajudar você a ter uma vida de mais qualidade.